8 de jul. de 2006

Vaga Masculina - Uma pequema história sobre discriminação

Vaga Masculina - Uma pequema história sobre discriminação



Prezado Ciee Santa Catarina

Sou estudante de Tecnologia em Redes de Computadores no Cefet Santa Catarina e também de Física Bacharelado da UFSC e desde o início do meu curso no Cefet realizei estágios pelo Ciee. Sempre tive um bom atendimento, vagas interessantes, boa orientação, um serviço realmente muito bom.
Entretanto, qual não é a minha surpresa quando interesso-me por uma vaga de estágio na área de manutenção de computadores e seguindo o procedimento habitual, solicito encaminhamento com as atendentes/estagiárias de psicologia e ouço a seguinte frase: " Desculpe, mas eu não posso te encaminhar para esta vaga pois a vaga é masculina."
Como?Sinceramente não acreditei no que estava ouvindo. Perguntei à moça se ela tinha certeza, se aquilo estava correto,se uma empresa podia cadastrar uma vaga e colocar esta especificação. ' Sim esta correto. Eles podem sim, a vaga eh da empresa, ela que decide que profissional que deseja'.
Saí do Ciee setindo- me ofendida e com meus direitos de cidadã negados. Ser negada para uma vaga porque o curso não está de acordo, não possuir qualificação suficiente ou horário disponível incompatível com o da empresa tudo bem, mas por não ser do sexo masculino?
Em diversas oportunidades estive no Ciee e pude ler as revistas e folders divulgando a proposta do Ciee, seu comprometimento social com a inclusão do jovem no mercado de tabalho. Gostaria de saber que tipo de inclusão é feita no Ciee, pois acredito que o conceito de inclusão no mercado de trabalho e consequentemente inclusão social, não possa ter espaço para exclusões sexistas ou de qualquer tipo.
É decepcionante verificar que uma organização deste porte possa estar contribuindo desta maneira para o atraso do país, permitindo que empresas continuem com administrações preconceituosas, excluindo parte da população e dificultando que pessoas qualificadas, de qualquer sexo, etnia ou religião, possam desenvolver seu trabalho colaborando para o crescimento do país, recebendo salários justos por sua capacidade de trabalho (capacidade real e não pré-concebidas a partir de preconceitos),e consequentemente colaborando para a diminuição do abismo social existente no Brasil .
Estarei aguardando a posição do Ciee quanto a este assunto, mas deixo como sugestão que tanto os senhores como as empresas que são cadastradas no sistema Ciee dêem uma estudada na Constituição Brasileira. Muitos códigos podem ter sido modificados e aperfeiçoados ao longo dos anos, mas a premissa básica de que " todos são iguais perante a lei" ainda não mudou e todos nós, como cidadãos brasileiros, temos isto como direito e dever.

Aguardo sua resposta.



(Estou aguardando.......)


ps: a foto foi retirada de http://www.portaldavaca.com.br/simagens/bichos_05.htm

Ps2: Recebi a resposta mais ou menos 3 dias depois. O senhor Marcelo, gerente de relacionamento do Ciee- SC, me ligou pedindo desculpas, explicando que foi um procedimento errado e que já estava sendo averiguado. Pediu para conversar comigo pessoalmente mas infelizmente não pude por total falta de tempo. Agradeço ao senhor Marcelo e ao Ciee pela atenção dada ao assunto.



5 comentários:

Anônimo disse...

é amiguinha...
viva a sociedade igualitária em que vivemos. Como dizem as feministas, 100g de linguiça te abrem as portas pro mundo...

Anônimo disse...

Bah Bia..é foda mesmo..uma amiga minha(outra..hehe) tb passou por isso..tem uma empresa chamada "Letícia" apesar do nome maravilhoooooooso da empresa distribuidora de Açúcar..estes só contratam homens!
Fikei sabendo por um colega q trabalhou lá o motivo...
Na tal empresa..os funcionários são agredidos verbalmente, humilhados e rebaixados a bosta de formiga..perdoe o termo...Nenhuma mulher aguenta ficar lá mais d 2 meses...tanto é q nas entrevistas só são chamados homens por esse motivo.
É,no seu caso..a empresa provavelmente tenha pensamentos primários demais..=/

Um abração Zokinha!

Anônimo disse...

Ô Lóqui...
mudou a cor, huahuahua
achei q tinha entrado no brog errado

Graziele Zahara disse...

Lamento muito pelo que houve com você! A começar pelos concursos públicos os critérios de avaliação de competência no Brasil são uma droga. Ao menos você tem CIEE, aqui em Minas não serve para quase nada... hihihi E falando de CIEE nem acho ele tão essas coisas assim, eu não consigo sequer utilizar o fale conosco. Mas, boa sorte para você! E se surgir oportunidade de ser profissionalmente ousada para abocanhar o que você sabe que tem capacidade para dirigir, vá em frente.

Abraços

Anônimo disse...

Realmente, discriminação existe mesmo, sou homem e certa vez em um congresso vi uma moça dizendo que perdeu a vaga por não ser bonita (a vaga era para ser locutora de bingo) e que como ela tinha uma voz maravilhosa não seria justo ela não conseguir a vaga por falta de beleza (a voz dela era linda mesmo, e quem disse que ela não conseguiria a vaga foi uma faxineira do bingo, que já conhecia o perfil do entrevistador, futuro empregador).

Dai comecei a pensar, ela perdeu a vaga porque era "feia", logo a vaga era para uma mulher bonita, ou seja, ela sofreu discriminação realmente, mas em conjunto todos os homens independentes de serem feios ou não, pois a vaga era puramente feminina.

Então mulheres podem ficar revoltadas sim, mas não com o mundo masculino, e sim com os casos específicos.

Teve uma moça ai que disse assim: "Como dizem as feministas, 100g de linguiça te abrem as portas pro mundo..."

Até pode ser, mas 500 gramas de maminha, também abrem as portas.

Abraços...